Saturday, October 18, 2008

Logo ali.

Eu morri em uma terra longínqua,
Ressuscitei das chamas do inverno
E acordei em seus braços.

Cada passo que dei foi apagado pelo vento.
Eu me perdi no meu próprio tempo
E terminei onde havia começado.

Tanta água, tanta areia ali do lado,
E eu fui me afogar justo na terra
Onde jamais fui bem-vindo

Eu tingi o mar de vinho tinto,
Pincelei as nuvens de lavanda,
E ninguém percebeu que morri desbotado.

Eu marquei meu caminho desorientado
Com migalhas de panos
E pétalas de aflição.

Prendi-me na minha própria prisão,
Torturei-me em meus próprios sentimentos
E agora vago com a certeza de estar salvo.

De estar puro e seguro,
De que o nunca é logo ali
De que o tudo está muito além,E de que o fim começa agora.
(esse texto é bem idiota, eu sei, mas tava com vontade de escrever coisas (ainda mais) idiotas :).

Tuesday, October 14, 2008

uma semana, oito dias.


Os dias da semana e as cores que cada um me lembra.


Segunda-Feira - verde - um dia talvez.
Terça-Feira - azul - um dia entediante.
Quarta-Feira - amarelo - um dia mais entediante que terça.
Quinta-Feira - verde - um dia quase sexta.
Sexta-Feira - azul - um dia entediante, porém com mais possibilidades do que terça.
Sábado - vermelho - um dia em que tudo pode acontecer, mas nada acontece.
Domingo - vermelho/preto - um dia em que tudo acontece, mas não na sua vida.




Eu estava conversando com um amigo sobre as cores dos dias, e achei interessante postar isso para me lembrar, daqui há 10 anos, talvez, do modo como os dias eram nos meus 17 anos.

Wednesday, October 01, 2008

Sobre sonhos, ônibus, o passado e o que virá..


Um meio-dia opaco de uma tarde sem graça.
Tão sem graça quanto os meus amores desfeitos.
Tão sem graça quanto todas as paginas de livros e filmes que eu já vi.
Um meio-dia tão inútil quanto os sonhos que uma pessoa sem graça (como eu) possa conceber.
E ainda assim, sei que a qualquer momento eu posso olhar para o horizonte e inventar novos sonhos.
Antigamente, as noites costumavam ser gostosas. O calor era morno, as minhas grandes expectativas ventilavam a sala, e a tevê me divertia.
Hoje, nem você me diverte. Nem sexo. Nem filmes. Nem gatos. Nem ninguém.
Bom, capuccino me deixa muito feliz.
Minha própria xícara de felicidade expressa.
Sentar e ler Henry Miller em um ônibus lotado á caminho do centro também me faz sentir bem. Enquanto todas as pessoas escoram suas cabeças vazias na janela, eu leio e ouço Velvet Underground com a ilusão de estar vivendo uma manhã que nunca mais existirá novamente.
Bom, a minha vida é isso mesmo. Um ônibus lotado regado a capuccino e rock’n’roll, dando voltas e mais voltas em torno de meus sonhos desfeitos, na estrada sem escalas de minha vida sem destino.
Olhando o que ficou para trás, tenho a sensação de que todos os meus momentos especiais não passavam de infortúnios. Onde as melhores lembranças se transformaram em filmes franceses, e todos os meus amigos se afastaram, todos os meus amores ficaram desapontados e todos os meus sonhos ruíram antes mesmo de serem sonhados.
Eu sei que vou puxar a cordinha e parar no próximo ponto.
E vou abandonar todas as minhas tristezas no banco do motorista, pisar numa rua nova com várias direções e vários caminhos que me levarão a uma cidade (tão agitada que não terei tempo para lembrar que eu existo), onde ninguém dorme, mas se sonha tanto a ponto das manhãs acordarem cinza de desesperanças.
E nesse ponto encontrarei novos amigos, novos sonhos, novos amores e novos sabores de capuccino, prontos para se afastarem, se quebrarem e me deprimirem. Como quando o capuccino acaba e fica só o açucar na xícara, o açucar da minha vida sem gosto.
Num meio-dia sem graça.
Com tantos sonhos e tantas novidades há um passo de se realizarem.
Na próxima parada de ônibus, no proximo possivel final feliz na minha vida sem sentido.