Wednesday, April 29, 2009

Pessoas.



Eu gostaria de dedicar esse post a falar mal da raça humana.
É um tema clichê, eu admito. Qualquer um que tenha o mínimo de massa encefálica tem conhecimento, e experiência, da miséria humana.
A podridão das pessoas sempre foi tortuosa para mim. Cada ato, comentário, gesto que emitem reflete a natureza imunda desses seres. E a maioria delas, alias, encontra-se num irreversível processo de [auto] depravação. Não que isso me repulse. Cada qual faz o que deseja de seu corpo e de sua vida. Entretanto, a partir do momento que essas criaturas busquem impor seus desejos fúteis acima dos da humanidade, a situação se complica. O egoísmo é o motor da civilização. Grandes idéias geram grandes invenções que solucionam grandes problemas e são vendidas por grandes lucros. O ser humano não se interessa pelo bem-estar alheio, não é, exatamente, um “animal social”. O ser humano só ajuda ao próximo quando tal gesto lhe traz retorno. A sociedade não passa de um grupo humano onde cada indivíduo exerce uma função que lhe trará determinado retorno (na maioria das vezes, monetário). A humanidade, como já disse, é primordialmente egoísta. O egoísmo não é sustentável. É autodestrutivo.
Bom, como eu disse anteriormente, qualquer pessoa razoavelmente inteligente tem consciência disso tudo. Como também tem consciência de que a crueldade é tipicamente humana. Nenhum outro animal na natureza age de forma cruel. E por “cruel” entende-se atitudes maldosas, planejadas, que visam unicamente à humilhação física ou moral de determinado individuo.
Enfim, para não prolongar ainda mais um discurso que todos (até mesmo as pessoas que se incluem na categoria de “ser humano desumano”) já sabem de milênios atrás.
Eu não acredito em Deus. Se Deus fosse o criador da humanidade, o ser humano não seria a aberração que sempre foi. Acho que todos são livres para agirmos da maneira que desejarmos, entretanto o bom-senso e, às vezes, o altruísmo são necessários para a preservação da civilização. Fato ignorado pelo resto da civilização.
Depois dessa pequena listagem das características humanas, afirmo, com absoluta certeza, de que não há nada que eu mais deseje do que o fim dessa raça desprezível.
Bombas nucleares, doenças, crimes hediondos, assassinos suicidas, cientistas conscientes da situação... Ataquem!

Sunday, April 19, 2009

Por que?

Por que eu estou numa faculdade particular, num curso de Relações Internacionais sendo que a minha paixão sempre foi Cinema e Filosofia? Por que eu estou fazendo isso comigo mesma? Eu não sei. É como se uma mão invisível me guiasse na direção oposta ao que eu realmente quero. Eu vejo o tempo passar, eu me sinto desmotivada, desacreditada na essência do horizonte de possibilidades que se abre à minha frente. E enquanto eu me deixo guiar rumo a todas essas supostas possibilidades, eu ainda consigo olhar para trás, por cima do meu ombro esquerdo, e ver todos os meus sonhos e projetos sendo, gradativamente, despedaçados pelo tédio...

Saturday, April 04, 2009

Coração.



Eu gostaria de doar meu coração. Onde devo assinar?
Mas não quero esperar minha morte para fazer uma boa ação.
Se for possível, podem retirá-lo agora mesmo. Ou amanhã de manhã, como preferir.
Ele não é de boa qualidade.
Eu colei os pedaços da última vez que o quebraram. Mas creio que ainda tem utilidade.
Se desejarem analisá-lo mais profundamente verão que ele tem um histórico de desilusões.
Os cacos foram colados com lágrimas de antigas paixões. Lágrimas em abundancia.
Olhem. Outro cardiopata que necessita de um transplante. Podem extrair meu coração agora mesmo. Aproveitem que o paciente ainda nem saiu da ambulância.
Ah, esqueci de comentar. Peço que ao retirarem-no dêem certa atenção à garota que mora dentro dele. Eu já insisti, mas não pude convencê-la da necessidade de doar meu coração. Não pude convencê-la que ela não é o motivo das dores, e sim das alegrias. Sou incapaz de expulsá-la. Ela é o único motivo pelo qual me mantive viva. Entretanto, chega à hora de dizer adeus...
Caso lhes seja útil também posso doar meu cérebro. Está novíssimo. Raramente foi usado.
O meu grande incômodo, de fato, é coração. Agora que sinto o bisturi rasgar minha pele... Percebo o quanto demorei a encontrar a resposta para todos os meus problemas.