Sunday, February 06, 2011

O Caminho.



Os campos verdes pelos quais havíamos caminhado
Em breve, retornarão ao que eram antes.
Se transformarão no deserto cinza e gelado
Do qual insistimos em nascer.

As expectativas estraçalhadas pelo caminho
Uma trilha de migalhas deixadas ao vento
Uma trilha de pegadas deixadas ao tempo
Que não escutará a clemência
Tantas vezes berrada de sua boca.

Cedo, os frutos que colhemos nessa jornada
Se extirparão na nossa fome animal
Marchamos sob uma postura humana forjada
Dançamos e cantamos embalados pelo medo.

O sangue seco que cega nossos olhos
Nos reprime com promessas de castigos
A vida torna a cada um de nós inimigos pessoais
E a luz que emana ao final desse trajeto
É muito pouca. É escura demais...