Sunday, September 25, 2011

Dias dificeis.




Eu ascendo um cigarro e me desvio da fumaça. Você pediu para que eu parasse de fumar. Mas estou entendiada e todas essas parafernálias jogadas pelo quintal só aumentam o meu tédio. Eu sou a rainha do mundo. Eu posso quebrá-las. Eu ando de bicicleta, gritando com as coisas do quintal. Peço para que se desviem do meu trajeto e saio driblando entre duas rodas todas essas coisas inúteis. Eu sou a rainha do mundo. Mas cortei meu joelho cheio de cicatrizes enquanto andava de bicicleta. Gostaria de quebrá-la no meio. Levantá-la pra cima, acima da minha cabeça, e jogá-la no chão com força. E então eu bateria no peito, igual a um animal, a uma selvagem, e chamaria os outros pra cima. Venham e eu acabo com vocês. Gostaria de quebrá-la. Esses tem sido dias tristes. Ter conseguido tudo o que eu sempre quis me fez mal. Agora acho que consigo tudo o que eu quero. Mas não posso te dar aquilo que você tanto deseja. Eu fiz promessas, eu me sacrifiquei e me machuquei deliberadamente. Te ver triste me irrita. Você diz que estou cansada. Ascendo outro cigarro. E a fumaça lacrimeja meus olhos.