Os dias se repetem miseravelmente. Parece que já ouvi essa
história antes: as horas vem e vão e vem e vão e retornam para dentro de mim,
todos os dias. Sinto um vazio doce, um tédio ardido e os segundos passam pelos meus
joelhos abatidos junto com a água morna do banho. Dizem que estou doente e que
estou errada. Eternamente errada em cada posicionamento que tomo. Talvez eu
esteja errada e você esteja certa. Mas meu cansaço não permite que eu tome decisões
assertivas ou que tenha qualquer julgamento correto. Hoje, nesta manhã gelada e
azulada, as coisas não se encaixam tão bem quanto deveriam. Eu rabisco em tons pasteis
e rascunho rapidamente minhas sensações, mas nada, além de você, consegue amenizar
meu aborrecimento. Você tem sido minha cura e meu castigo, um remédio amargo no
qual me viciei para escapar dos meus dias. Rastejo por quilômetros por essa
passagem enlameada com o mais maravilhoso afeto até a saída... e então
volto para você. Não sei mais se o amor é a rendição ou a punição. Não tenho
esperanças de que as coisas irão melhorar algum dia. Há apenas um feixe opaco
de luz dentro de mim e ele ilumina você. E é essa visão que me faz permanecer
aqui, imóvel de mais para ir embora, infeliz demais para permanecer...
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1 comment:
Esse foi o fim ?
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