Saturday, December 13, 2008

Mulheres.

Alimentei uma paixão obcecada e discreta por A. Tão obcecada e discreta que eu desperdicei 1 ano inteiro tentando descobrir se realmente era uma paixão.
Quando G. soube dos meus sentimentos, se fingiu de morta e pediu para que eu nunca mais telefonasse.
Nem eu, nem J. sabíamos exatamente o que eu sentia por ela.
Eu detestava conversar, beijar ou fazer amor com C. E era o meu desprezo e a aventura de trair o namorado que sustentava a paixão dela por mim.
Meu relacionamento com D. gerou ciúmes, confusões, brigas, criticas e corações partidos de ambas as partes. Nem em 10 de diferença superarei isso.
Tive uma amor á francesa com Da: uma noite de sexo e depois nunca mais nos vimos novamente.
Umas das coisas das quais eu mais me arrependo foi de ter ficado com E. Se eu pudesse voltar atrás,
jamais a teria usado como usei. Jamais farei alguém sofrer desnecessariamente como ela sofreu.
Pensei que meu coração fosse saltar para fora de tanta alegria quando eu me sentava perto de L. na sala de aula.
Minha primeira rejeição e eu pensei que meu coração fosse saltar para fora de tanta tristeza.
Alguns meses depois lá estávamos nós duas novamente trocando beijos e sonhos. Nunca fui tão vingativa com alguém: a troquei por Er. Troquei o incerto pelo duvidoso. Hoje L. está grávida de uma criança que não terá os meus olhos mas que se formou enquanto eu acariciava a barriga de sua mãe.
Ficar com Er. foi a pior burrice que eu já fiz. Ela estava perdida na vida e, por 5 meses, fez com que eu também perdesse o meu rumo. A odeio mais do que qualquer outra pessoa no mundo.
Com uma palavra conheci T. Com duas e eu já estava apaixonada. Depois de três já estava deitada na cama com ela. Quatro palavras e as minhas mãos contornaram o seu corpo. Cinco palavras e a inseguraça do futuro nos espreita.

Friday, December 12, 2008

Sobre filmes, sobre mim.


Eu sou Antoine Doinel com todas as suas desventuras afetivas.
Sou Terence Stamp (em Teorema) deixando uma trilha de dúvidas por onde passo.
Eu vivo hoje o que não viverão na eternidade, como Ferdinand (Pierrot le Fou).
Sou Giuliana (Il Deserto Rosso) num mundo onde todas as pessoas são igualmente assustadoras e perturbadas.
Das 5 ás 7 sou Cléo, esperando a morte ou o amor acontecer até o final da tarde.
Por fim, sou Marcello (de La Dolce Vita) procurando um sentido para a vida e um caminho para seguir.
E tudo isso em um filme de Pedro Almodóvar.

Saturday, October 18, 2008

Logo ali.

Eu morri em uma terra longínqua,
Ressuscitei das chamas do inverno
E acordei em seus braços.

Cada passo que dei foi apagado pelo vento.
Eu me perdi no meu próprio tempo
E terminei onde havia começado.

Tanta água, tanta areia ali do lado,
E eu fui me afogar justo na terra
Onde jamais fui bem-vindo

Eu tingi o mar de vinho tinto,
Pincelei as nuvens de lavanda,
E ninguém percebeu que morri desbotado.

Eu marquei meu caminho desorientado
Com migalhas de panos
E pétalas de aflição.

Prendi-me na minha própria prisão,
Torturei-me em meus próprios sentimentos
E agora vago com a certeza de estar salvo.

De estar puro e seguro,
De que o nunca é logo ali
De que o tudo está muito além,E de que o fim começa agora.
(esse texto é bem idiota, eu sei, mas tava com vontade de escrever coisas (ainda mais) idiotas :).

Tuesday, October 14, 2008

uma semana, oito dias.


Os dias da semana e as cores que cada um me lembra.


Segunda-Feira - verde - um dia talvez.
Terça-Feira - azul - um dia entediante.
Quarta-Feira - amarelo - um dia mais entediante que terça.
Quinta-Feira - verde - um dia quase sexta.
Sexta-Feira - azul - um dia entediante, porém com mais possibilidades do que terça.
Sábado - vermelho - um dia em que tudo pode acontecer, mas nada acontece.
Domingo - vermelho/preto - um dia em que tudo acontece, mas não na sua vida.




Eu estava conversando com um amigo sobre as cores dos dias, e achei interessante postar isso para me lembrar, daqui há 10 anos, talvez, do modo como os dias eram nos meus 17 anos.

Wednesday, October 01, 2008

Sobre sonhos, ônibus, o passado e o que virá..


Um meio-dia opaco de uma tarde sem graça.
Tão sem graça quanto os meus amores desfeitos.
Tão sem graça quanto todas as paginas de livros e filmes que eu já vi.
Um meio-dia tão inútil quanto os sonhos que uma pessoa sem graça (como eu) possa conceber.
E ainda assim, sei que a qualquer momento eu posso olhar para o horizonte e inventar novos sonhos.
Antigamente, as noites costumavam ser gostosas. O calor era morno, as minhas grandes expectativas ventilavam a sala, e a tevê me divertia.
Hoje, nem você me diverte. Nem sexo. Nem filmes. Nem gatos. Nem ninguém.
Bom, capuccino me deixa muito feliz.
Minha própria xícara de felicidade expressa.
Sentar e ler Henry Miller em um ônibus lotado á caminho do centro também me faz sentir bem. Enquanto todas as pessoas escoram suas cabeças vazias na janela, eu leio e ouço Velvet Underground com a ilusão de estar vivendo uma manhã que nunca mais existirá novamente.
Bom, a minha vida é isso mesmo. Um ônibus lotado regado a capuccino e rock’n’roll, dando voltas e mais voltas em torno de meus sonhos desfeitos, na estrada sem escalas de minha vida sem destino.
Olhando o que ficou para trás, tenho a sensação de que todos os meus momentos especiais não passavam de infortúnios. Onde as melhores lembranças se transformaram em filmes franceses, e todos os meus amigos se afastaram, todos os meus amores ficaram desapontados e todos os meus sonhos ruíram antes mesmo de serem sonhados.
Eu sei que vou puxar a cordinha e parar no próximo ponto.
E vou abandonar todas as minhas tristezas no banco do motorista, pisar numa rua nova com várias direções e vários caminhos que me levarão a uma cidade (tão agitada que não terei tempo para lembrar que eu existo), onde ninguém dorme, mas se sonha tanto a ponto das manhãs acordarem cinza de desesperanças.
E nesse ponto encontrarei novos amigos, novos sonhos, novos amores e novos sabores de capuccino, prontos para se afastarem, se quebrarem e me deprimirem. Como quando o capuccino acaba e fica só o açucar na xícara, o açucar da minha vida sem gosto.
Num meio-dia sem graça.
Com tantos sonhos e tantas novidades há um passo de se realizarem.
Na próxima parada de ônibus, no proximo possivel final feliz na minha vida sem sentido.

Tuesday, September 30, 2008

Sobre as pessoas e o vestibular.


Eu sou um gênio.
Um gênio perdido entre contas aritméticas e calças Colcci.
Ainda que uns me joguem de 7º andar de prédios assim que lhes dou as costas, a grande maioria me ama e mendigam um sorriso de desprezo da minha parte.
E eu, como “portadora de todo o conhecimento do mundo”, odeio cada um deles. Para mim, não passam de porcos anencefálos, cuja única finalidade é consumir Coca-Cola e ir para a balada sábado á noite. Digo isso faz 3 anos e ainda não pude mudar meu próprio meio. Ridículo, não?
Ainda que, meu desejo mais sincero (além de passar no vestibular), seja construir uma nova sociedade, ajudar os oprimidos e dar vozes aos calados. (dou esmolas aos mendigos, quero participar de ONGs e doarei sangue assim que completar 18 anos) mas o...
Vestibular.
Por mais que me digam para relaxar e não colocar todas as minhas grandes expectativas em uma simples prova, é nessa simples prova recheada de números e contas, que está o ápice de toda a minha frenética corrida por conhecimento.
Para quê?
Para mamãe. Para titia. Para a vovó (se bem que essa passe tanto tempo se perguntando por que meu primo usa drogas que não desperdiçaria um segundo pensando na minha honrosa colocação no vestibular) e para o demônio. (rs)
Sejamos honestos: o demônio influencia muito na minha vida, a imagem que eu tenho dele é da sociedade: um governo de poucos para muitos. Se eu, estudando em escola publica a vida inteira, lendo Nietzsche aos 13 anos, Sartre aos 14, Henry Miller aos 15, Dostoievski aos 16 e Albet Camus aos 17 não for capaz de passar em uma simples prova, não serei capaz de mais nada.

Saturday, September 20, 2008

Desprezo.

Ignoro
a cidade
com
a veracidade
De que
nada me valha
A inconsciente
dor diária,
Proveniente
da batalha
ligeira,
Da talha
certeira,
Por
um colher
de migalha.


Friday, August 22, 2008

Doze.



Samambaias, pulgas, maçãs, a grama molhada regada no sol que expande as roupas e a lascívia nos finais de agosto. As rústicas cadeiras de madeira, pintadas de vermelho há tanto tempo que a própria cor se esquece. As mesmices diárias da avó, que ás 15h em ponto, pára de tricotar seu tricô e se senta no banquinho sujo do quintal pra ouvir no rádio as noticias diárias da cidade onde nada acontece. Os cachorros, os gatos na tuia, os bem-te-vis assoviando na hora da sesta. As goiabas brancas, vermelhas, maduras no pé. E lá longe, perto do bambuzal, a lagoa morna dos meus 12 anos, quando as pontas dos peitinhos sobre a roupa molhada das outras meninas me interessavam mais do que os meus próprios.
Pés descalços que esmagavam os gravetos secos e se cortavam nas pedras afiadas. A trilha de pingos que as roupas molhadas faziam na terra quente. E as aranhas, expandindo suas teias e armando planos para beliscar nossos pés durante a noite. Noite. Vaga-lumes, besouros e sapos. Sapos que perseguiam a tia solteira enquanto preparava a janta, que lhe rendia gritos de terror e cortes na mão. Alienígenas, discos-voadores, sombras por detrás das arvores. E você, enroscada em minhas coxas, enquanto descobria o seu mesmo corpo contornando o meu, me dava pequenos beijos no pescoço, nas noites dos desejos calados dos nossos 12 anos.

Tuesday, August 19, 2008

Mentiras



"Os mentirosos estão sempre dispostos a jurar". – Vittorio Alfieri

"Não há mentira, apesar do que se diz, sem intenção, desejo ou vontade de enganar". – Natalie Portman em Closer (filme)

"As mentiras sempre foram consideradas instrumentos necessários e legítimos, não somente do ofício do político ou do demagogo, mas também do estadista". – Hannah Arendt

"A mentira é a maior multinacional do mundo". – Paulo Francis

“A felicidade é uma mentira, e a mentira é a salvação” – Renato Russo

Verdades



“Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.” – Nietzsche

“A verdade é a melhor camuflagem. Ninguém acredita nela” – Max Frisch

"Um homem pode ocasionalmente tropeçar na verdade, mas na maior parte das vezes ele se recupera e vai em frente" – Winston Churchill

“Quem crê nos que buscam a verdade duvida nos que a encontraram.” – André Gide

“Existem três verdades: a minha, a sua e a verdadeira.” – Lourenço Mutarelli

Monday, July 21, 2008

Espelho.


Olhos presos, nariz deforme, boca pendurada.
Não confiava em espelhos.
Ainda que aquela fosse sua imagem, não era a imagem que ela sentia ser.

Televisores não mostram nada. Nenhum daqueles rostos é realmente alguém.
Rostos são apenas mascaras automaticamente programadas para rir ou chorar na frente de outros rostos. Não é o verdadeiro EU. O EU de verdade não está expresso na minha cara. Está em qualquer outro lugar dentro do meu corpo. Na minha insônia, no meu calcanhar, na ponta dos meus dedos quando eu te toco, no meu dente canino, na minha perna que lateja de dor durante a noite. Essa sou eu. Mas ela não sabia quem era.
Não confiava em espelhos.
Nem em televisores.
Nem em reflexos de água.
Nem em reflexos de olhos.
Mas talvez confiasse se visse o sol refletir no seu rosto. Se pudesse observar seu rosto.

Portas.
Quem me garante que sejam portas mesmo?
Não se pode confiar nos outros.
Nem em espelhos.

Calçadas, ruas, ladrilhos, asfalto.
Meus pés não são pés. São pedaços repuxados de mim. Como uma raiz mal posicionada. Como o rastro branco que o avião faz no céu.
Não são meus. Não são eu.
Onde estará ela?
Todos os rostos que passam por ela na rua. Qual deles seria o seu, se ela nascesse outra. Todos os rostos indiferentes que passam por mim na rua.
Nenhum deles é meu.

Talvez numa tumba no Egito. Talvez na mão da atendente da salgaderia em frente á praça. Talvez na mãe que nunca foi minha.

Shoppings. Vitrines. Os manequins são o exemplo ideal do vazio fácil que ela sentia. São todos tão iguais, nariz, olhos, bocas. Mas nenhum deles é o meu.

Talvez.
Quando eu estiver voltando para a cama.
Quando eu cruzar aquela esquina no cruzamento em frente à Banca de Revistas.
Ao pôr-do-sol, ao verde-musgo das arvores, ao formigamento cotidiano nas calçadas do centro.
Eu te descubra.
E eu possa te olhar sem medo de me ver.
E cada cravo estará no mesmo lugar. Cada ruga, cada traço, cada pólo, cada fosso.
E então, imagem nenhuma se comparará à beleza iluminada.
Á beleza proclamada que verei em seu rosto.

Sunday, July 13, 2008

Nada Privado


Bom, depois de quase 2 anos de Nada de Nada, finalmente decidi separar minha vida pessoal dos meus textos ficcionais:


Criei um novo blog pra falar exclusivamente de mim. (Egocentrismo, não?)



Bom, aí está, quem quiser saber das minhas tragédias cotidianas www.nadaprivado.blogspot.com na veia, mano. :)

Friday, July 11, 2008

Para eu me sentir melhor.

Eu rezaria á Deus, se acreditasse Nele.

Eu faria um HELP! de fogo com livros e dvds, e visão aérea para os Ets virem. Se eu não estivesse assustada demais para chamá-los.

Eu ligaria para a Renata. Sim, ligar pra Renata é interessante.
Mas eu não tenho nada pra dizer á ela.

Eu visitaria a Leandra, se eu soubesse onde ela mora, se soubesse que ela me atenderia.

Eu iria pro Bar comprar bebidas, se eu estivesse arrumada, se eu tivesse dinheiro, se eu tivesse idade.

Se eu tivesse sono, eu dormiria. Tenho quatro travesseiros e três edredons me esperando numa

cama quentinha.

Eu te ligaria. Eu realmente te ligaria...


Eu não tenho Fé,
Eu não tenho Coragem,
Eu não tenho Paciência,
Eu não tenho Confidentes,
Eu não tenho Idade,
Eu não tenho Sono,
E eu não tenho você.


O que me resta?

Thursday, June 05, 2008

Eriele



Eu tentei, mas não deu... Fuçar no seu blog foi irresistível.

Você não falou mal de mim… eu esperava criticas duríssimas á minha bunda, ao meu cabelo, ao meu nariz, ao meu pudor, á minha preguiça... e só achei criticas a minha atitude em relação a você.

Bom, que ótimo que você realmente abandonou todas as suas mulheres (incluindo a barata da vizinha e a gata da sua avó) pra ficar comigo (isso mostra que você tem bom gosto!:). Eu posso não mostrar direito (ou mostrar ate demais) o que eu sinto por você, mas prometo que vou te compensar por tudo isso (e não só na cama rs rs;). Eu quero ter algo serio com você (algo serio mesmo, a ponto de morar juntas e dizer eu te amo todos os dias) mas também quero ir com calma... principalmente por você ser uma pessoa diferente, especial, eu quero te conhecer pouco a pouco, sem pressa.

Pode se jogar de cabeça que eu te seguro :)

Tuesday, January 08, 2008

começando 2008...




Uma cartomante me disse que eu encontraria o amor da minha vida por volta dos 16 anos...
Daqui há pouco faço 17 e ainda não tenho nenhum sinal desse “amor”...

Isso nos ensina que

não devemos confiar em cartomantes.
o amor é improvavel, até mesmo quando ele está escrito nas estrelas.