Saturday, August 11, 2007

A Porta


Por mais que pressionasse,
Ela estava trancada.
Ela não queria que Ele entrasse.
Mas deixou o buraco da fechadura aberto.
Ela o nocautearia pelo olhar.
Enquanto Ele esbofeteava seus punhos contra a dura madeira.
Ela bebia e cantava.
Ele batia e chorava.
Por vezes, Ela destrancou a fechadura.
Mas não conseguia girar a maçaneta.
Não havia maçaneta do lado de fora.
Não havia saída do lado de dentro.
E ela sabia disso.
Ele não. Ele esperava por ela do outro lado.
Ele esperava por ela com um sorriso, um coração e flores frescas.
Ela não esperava nada.
Apenas um copo cheio de álcool e caixinhas rosas de calmante.
Ele sentou no degrau da porta.
Seu corpo ardia de febre.
Ele sabia que morreria se ela não abrisse.
Ele tentou morrer.
Mas as flores secas não deixaram.
As flores secaram.
O coração Dele murchou.
Ele derramou suas últimas lágrimas.
Sentado no tapete enfrente a porta.
Ele desceu os degraus e foi embora
Quando ela rodou a maçaneta.
Ele não estava mais lá.
Ela tentou descer as escadas
Ela tentou correr atrás Dele.
Mas Dele só sobraram flores secas.
E a porta a trancou dentro de si mesma.
Ela procurou a saída.
Procurou até vomitar.
Procurou até seus punhos amassar.
Encontrou uma janela com vidros embaçados.
Encontrou:
Jogou-se a procura Dele.
Mas ele não estava mais lá.
Ele estava na porta com flores secas.
E ela estava lá fora.
Lá fora.


3 comments:

Paco Bernardo said...

O.O









^^

Zuia said...
This comment has been removed by the author.
Anonymous said...

eu sinceramente, gostei mui desse teu poema....
vc leva jeituh ms pra coisa... e como vc disse, daria msm um belo curta....